sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Um Pouco sobre Yemanjá e Suas Filhas

Hoje, 2 de fevereiro é dia de Yemanjá pelo sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes, essa celebração é mais popular na Bahia e entre os praticantes do Candomblé, eu mesma não costumo celebra-la nesta data, principalmente porque na região onde moro há uma grande festa à Yemanjá no 8 de dezembro. Maaas sempre acabo fazendo um agradinho a Ela nesta data também, por isso decidi falar um pouquinho dela, que para quem não sabe é a minha mãe. J

Carrego Yemanjá e também sua filha Oxum, e dizem mesmo que uma não anda sem a outra, geralmente...

Imagem: Arte caribenha representando Yemanjá esculpida em madeira.
Retirada do "Pinterest".
Ser filha das águas não é fácil num mundo tão hostil, porque às vezes somos um transbordo de emoções sim, e ainda mais para quem é mulher e já é socialmente julgada de “sensível demais”, “histérica” e outros adjetivos nada acolhedores.

Mas engana-se quem pensa que emoção é só amor e tristeza, pois a raiva também é uma emoção e muitas vezes as filhas das águas podem ser muito reativas e combativas, como as águas mesmo, que ora são serenas, ora são bravas, ora são profundas, ora são rasas, ora te levam, ora te trazem, ora te banham e ora te tragam.

Especialmente falando de Yemanjá, sinto que ela possui uma abrangência maior do que Oxum, isso não significa ser melhor ou pior e nem níveis de grandeza, mas Yemanjá é mais velha, mais experiente e pouco menos impulsiva do que Oxum, Yemanjá já não é tão mais vaidosa, mas Yemanjá ainda é sim sensual, ou vocês acham que mãe só dá leite e troca fraldas?

Enquanto Oxum é a moça, a experiência e a descoberta da juventude, a Deusa Jovem e Amante, Yemanjá já vive a plenitude, é a mulher que domina os mistérios do Sagrado Feminino, a Deusa Madura que está pronta para se unir ao Sagrado Masculino e criar!

Yemanjá é a maturidade sexual, o seio familiar, o sacerdócio, a compaixão, a fertilidade, a fartura, o cuidado e também a proteção.


Como Yemanjá se tornou Orixá?

Segundo uma lenda Yorubana, Yemanjá era filha de Olokun, que em algumas lendas dizem ser homem e em outras dizem ser mulher, bem eu acredito que seja mulher, uma ancestral do mar. Resumindo a lenda, diz-se que Olokun deixou com ela um frasco com uma poção mágica que só deveria ser usada em caso de necessidade. Um dia Yemanjá concordou se casar, com a condição de que seu marido nunca zombasse de seus grandes seios, pois ela já tivera muitos filhos, e certa vez seu marido chegou bêbado e zombou dos seus grandes seios, então Yemanjá se revolta e quebra o frasco da poção mágica recebida de Olokun, imediatamente ela se transforma num rio que corre para o mar e Yemanjá vai morar para sempre com sua mãe.

Uma saudação Yorubá costuma dizer “Odoyá (Mãe do Rio), Ela não volta mais”. Yemanjá é o puro feminino, por isso ela não volta mais, Yemanjá “encantou”, Yemanjá quando volta para sua Deusa Mãe É então a própria Deusa, Yemanjá é Olokun, Yemanjá é a Deusa do Mar, conhecida por ser a Mãe da Vida e da Nutrição, daí ser a mãe dos peixes, do alimento, e em última análise, da prosperidade também.

Essa é apenas uma das lendas conhecidas sobre Yemanjá.

Que Yemanjá esteja sempre lhe trazendo VIDA! Odoyá!

Deusas similares de outros panteões: Afrodite, Atargatis, Vênus, Lakshmi, Mama Cocha, etc.

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